terça-feira, 16 de agosto de 2011

Poesia em letra viva.



Se nas notas do piano a vida se deixa passar... Então eu toco!
E como que num passe de mágica...meus dedos perseguem todo o universo...os sons da minhas mãos pulam entrem cada órbita, em cada explosão de cores e brilho. É quando eu entendo que cada vez que uma estrela dança... Surge uma nova constelação.
Porque a fuga do homem é de si mesmo, daquele íntimo que não entendemos por completo.
Daquele nó na garganta que teima em doer quando mentimos e não queremos chorar
Daquela lembrança que certa música me traz à memória
Do amor que não liga, e que não vê, mais que com toda intensidade sente tudo.
Da injusta despedida
Daquele beijo... Que nunca mais terei...
Da saudade de quem está longe
E também dos que estão perto
Do abraço quentinho que naquela noite de uma maneira especial aconteceu...
Das pontas dos dedos desenhando meu rosto... E dedilhando meu corpo como se fosse um instrumento.
Do sorriso que alegrou o dia...
E da lua... Minha confidente tantas noites em minha cama... Na praia...
Então eu toco!
Ah eu toco como se tocasse cada lembrança...
Injusto tempo que não me deixa voltar atraz!
Injusto nó na garganta que não consigo segurar
Injusta música que me faz lembrar o que queria esquecer
Injusta ligação que não chega a meu telefone
Injusta despedida que leva um pedaço de mim em cada passo que se distancia
Injusto beijo que é tão egoísta porque é tão único.
Tão único...
Injusta saudade que só enxerga distância
Injusto abraço quentinho que desde então faz meus braços estranhar qualquer outro toque que não aquele... E que compara, e que não vê e que não tem, e que dói.
Injustos dedos que desenharam meu rosto e me dedilharam... Levaram minha alegria neles
Injusto sorriso que não mais me alegra
E injusta lua que conta meus segredos nas noites de inspiração de algum poeta.
Então eu danço
Eu danço para que cada lembrança saia com o suor e com meus movimentos
E me aquieto para que se comece uma nova história. Para que eu sonhe.
Com cores
Com sentidos
Com lembranças
Com perfumes
Com o doce da casa da vovó
Com o balanço
Com as guerras de tintas
Com a primeira sapatilha
Com a foto que rasgo
Com o primeiro beijo
Com aquele quadro
Com meus gibis
Com minha poesia
Com meu brinquedo preferido
Com a casa assombrada
Com meu primeiro trabalho
Com aquele dia na chuva
Com minha vida, presa em mim mesma.
É perigoso sonhar... Assim como é perigoso viver, assim como é perigoso só viver e não sonhar.
Eu confesso.
Refugio-me em minhas lembranças, para ter coragem de continuar a viver.
Eu toco para fugir;
Mais para dormir eu danço.
E para esquecer eu durmo.

"Sonho" - Thacilla Noronha.

Um comentário:

  1. muito bom o blog..

    depois passa lá http://novidadesmundopop.blogspot.com/ bjs ;*

    ResponderExcluir